Fracassos no desenvolvimento de tecnologias antropocêntricas, desde os anos 1950, sugerem que
os princípios gerais de conceção abrem espaços para projetos sociotécnicos, mas são pouco
operacionais para integrar o social, o subjetivo e o técnico. Este artigo mostra como a teoria do
“curso da ação”, que faz parte do campo da ergonomia da “atividade”, contribui para efetivar
essa integração. Com base num caso de automação de pequenas centrais hidroelétricas (PCHs),
onde conceitos e métodos da teoria do curso de ação foram utilizados no projeto de novas
situações de trabalho, demonstra-se, de forma mais ampla, a necessidade de uma praxeologia
empírica para tratar interfaces H-H (formação) e H-M (automação), ou sistemas H-H-M.
Teoricamente, as contribuições deste artigo situam-se no polo tecnológico do Programa de
Pesquisa do Curso de Ação e, em termos práticos, constitui um alerta para que a indústria 4.0 não
repita o mito da fábrica “sem homens”.